Winnicott chama esses objetos de "objetos de transição" porque acredita que representam estágios intermediários entre o apego da criança à mãe e seu apego aos "objetos" posteriores, ou seja, às pessoas que a criança vem a amar e das quais passa a depender. Winnicott considera que esses objetos são mediadores entre o mundo interior da imaginação e ao mundo exterior. O lençol, a boneca ou o ursinho é claramente objeto real que existe como entidade separada da criança; porém, ao mesmo tempo, está fortemente revestido das emoções subjetivas que pertencem ao mundo interior da criança. Esse processo de mediação entre o interno e o externo pode ser descrito como o primeiro ato criativo da criança. Winnicott faz a importante observação que o uso dos objetos de transição não é patológico. Embora esses objetos forneçam segurança e conforto, podendo portanto ser considerados como substitutos para a mãe, eles não se desenvolvem porque a mãe seja inadequada. Os objetos de transição só surgem quando o bebê é capaz de revesti-los de qualidade solidárias e amorosas. Para tanto, o bebê precisa necessariamente ter experimentado apoio e amor verdadeiros. É somente quando a mãe foi introjetada pelo menos como objeto parcialmente bom que essas qualidades podem ser projetadas sobre o objeto de transição.
Anthony Storr
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